Graças ao patrocínio da Petrobras, a região Norte
acolheu de forma surpreendente o espetáculo Eros Impuro e a temática do abuso
sexual, considerada urgente e pertinente para a região. Tivemos uma recepção de
público calorosa nas principais atividades (espetáculo, painel de debate e
projeto escola) e de mídia, sendo destaque nos principais jornais e sites de
cada cidade.
Na itinerância, o
espetáculo foi visto por 1.874 espectadores nas três cidades. O painel “A Arte
Diz Não Ao Abuso Sexual Contra Crianças e Adolescentes” envolveu 928 pessoas. O
projeto escola alcançou 1.110 alunos em suas três fases.
Só três atividades
centrais envolveram 3.912 pessoas isoladamente, quando a meta do projeto era
atingir 3.000.
Um dos pontos
altos da itinerância foi o trabalho pedagógico de formação de plateia em
escolas públicas, divididos em três etapas.
1)
Uma visita inicial com apresentação de
aula sobre teatro e doação de 50 livros.
2)
A ida dos alunos para assistir à peça e
participar do debate.
3)
O retorno para colher dados a partir de um
relatório.
Considerando as
três cidades visitadas, os números colhidos mostram o vigor do projeto e seu
impacto na vida de jovens e adultos das três cidades. Dos estudantes que foram
ao teatro, 79% nunca tinham visto uma peça adulta e 71% não têm a atividade
teatral como cotidiana.
Após assistirem à
peça e participarem do debate, 96% classificaram como positivo o trabalho
realizado pela coordenação pedagógica deste projeto. Após essa experiência, 94%
sentem-se mais inteligentes a partir da experiência obtida entre a sala de aula
e a sala de espetáculo.
Dos alunos
participantes, 97% revelaram que absorveram mais conhecimento sobre o tema
proposto (principal: abuso sexual) e 96% gostariam de voltar ao teatro depois
de ver “Eros Impuro”.
A pesquisa
quantitativa mostra o alcance do projeto educativo, considerado pelo coletivo
Criaturas Alaranjadas, o eixo mais potente dessa itinerância, patrocinada pela
Petrobras. Esses números estão refletidos na pesquisa qualitativa, essa
espontânea, no qual os alunos responderam o que acharam da experiência, com
relatos emocionantes, que reforçam a importância de se atrelar um projeto
artístico com um viés pedagógico.
Tivemos muitos
relatos de estudantes que foram abusados sexualmente na infância e, após essa
experiência, sentem-se segura para falar sobre essa tragédia íntima e se
tornarem assim adultos críticos e vigilantes a um crime íntimo, no qual o
Brasil está aprendendo a denunciar.
Atividades
complementares
Houve encontro
estético nas três cidades, envolvendo três grupos locais, com quatro horas de
atividades e troca de experiência de técnica de criação da Criaturas
Alaranjadas para esses coletivos. Em todas essas atividades, foram doados 50
livros de teatro e de literatura para esses coletivos. Essa ação foi muito
positiva, porém, os grupos tiveram dificuldade de ter todos os participantes no
horário vespertino, já que a noite havia espetáculo não podendo ter a atividade.
Muitos trabalham ou estudam neste horário.
Em cada cidade,
foi oferecida a oficina O Exercício da Crítica Teatral, com nove horas/aula e
participação de 32 pessoas. O número de integrantes ficou abaixo do esperado. A
previsão era de 60 pessoas. A carga horária concentrada num único dia, diante
da quantidade de atividades no grupo na semana, pode ter sido um dos fatores
que dificultaram a quantidade de participantes.