"Eros Impuro é um grito de arte que
responde ao ato ignóbil do abuso sexual que marca para todo o sempre. E o grito
é bem alto, para ninguém fingir que não ouviu", Miguel Arcanjo Prado, R7
"A surpreendente delicadeza com que o tema do abuso infantil é levado à cena minimiza o peso, mas jamais esvazia a mensagem final", Dirceu Alves Jr, Veja SP
"A surpreendente delicadeza com que o tema do abuso infantil é levado à cena minimiza o peso, mas jamais esvazia a mensagem final", Dirceu Alves Jr, Veja SP
EROS
IMPURO EM PORTO ALEGRE
Caravana Eros Impuro faz quatro sessões
no Sesc, propõe um painel de debate sobre o abuso sexual e comanda uma oficina
sobre crítica teatral. Todas as atividades são gratuitas
Eleito
melhor texto teatral de 2013 pelo portal de notícias R7, o espetáculo Eros Impuro segue itinerância nacional pelo
Fundo de Apoio à Cultura do GDF (FAC) e aporta no palco do SESC entre os dias 18
a 20 de fevereiro, às 20h, com sessão dupla dia 19 (às 18h e às 20h). A entrada
é franca. A peça do coletivo Criaturas Alaranjadas Cia. de Teatro (Brasília)
discute um tema urgente à sociedade: o abuso sexual contra menores. Além das
quatro sessões, haverá o painel de debates (A
arte diz não ao abuso sexual contra crianças e adolescentes), no dia 19 (após
a sessão das 20h); e a oficina O exercício
da crítica teatral, de 18 a 20 de fevereiro, das 10h às 13h, Serão 20 vagas
com inscrições gratuitas para profissionais, estudantes e amantes do teatro pelo
email: erosimpuro@gmail.com.
Em
2013, o espetáculo circulou por oito capitais, fez 53 sessões e foi visto por
mais de 2,5 mil espectadores. Com estreia em abril de 2011, já esteve em
festivais em Brasília. Vitória, Goiânia e Recife, além de turnês em Salvador,
Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Fortaleza, João Pessoa, São Luis e São Paulo,
onde fez temporada de 25 sessões com êxito de crítica.
Inspirada
inicialmente nos limites da arte erótica e no caos da criação artística, que
envolve sanidade e loucura, a montagem Eros
Impuro é fruto da fruição artística do diretor-dramaturgo Sérgio Maggio,
que teve a ideia da obra depois da experiência criativa de observar uma tela do
ator, artista plástico e protagonista da peça Jones de Abreu. A partir do
quadro - que pontua como um gesto cotidiano pode incitar um pensamento erótico
-, o roteiro foi criado propondo um questionamento sobre as sequelas do abuso
sexual.
Vítima
de abuso sexual, o personagem Andrei busca se livrar da angústia que o persegue
por meio da arte. O artista plástico acredita que encontrará sua redenção
quando conseguir reproduzir na tela a mesma energia sentida no momento do ato
de violência. Como os modelos vivos usados por Andrei são garotos de programa,
sua obra é vista como pornográfica,
suja. O pintor é julgado e marginalizado pela sociedade conservadora, que tem
dificuldade em lidar com o erótico, e ele é obrigado a seguir sua carreira sem
acesso a galerias e acuado em seu processo obsessivo de criação.
Sobre
a montagem
Para
criação da personagem Andrei, no processo de laboratório para viver o pintor, o
ator Jones de Abreu visitou um hospital psiquiátrico em Brasília. Conversou com
pacientes vítimas de abuso sexual, “algumas de sexualidade muito aflorada”, e
que, portanto, são censurados pela sociedade. De sua visita à clínica, Jones
tirou muitas características de seu personagem – principalmente de uma mulher
que desenvolveu neuroses por ter sido vítima de violência sexual cometida,
quando era criança, pela mãe.
De
acordo com Sergio Maggio, a encenação foi criada de forma compartilhada na sala
de ensaio, “para que os artistas cênicos - iluminador, cenógrafo, trilheiro -
criticassem e se inspirassem. Assim, o texto foi contaminado nesse processo de
desconstrução”. O método de criação e de ensaio resultou em um roteiro estruturado
em três planos, três camadas de linguagem - consciente, memória e delírio. O
consciente de Andrei (o aqui e agora) pinta a tela sob testemunho do público.
No plano da memória, Andrei vive diversos personagens e vai resgatando seu
drama. O plano do delírio discute o que é real do que é loucura - a questão da
sanidade, da alucinação, o artista sendo taxado de louco, o caos da criação.
Eros Impuro tem
figurino inspirado na obra de Arthur Bispo do Rosário - um parangolé, espécie
de manto usado pelo ator. O cenário reproduz uma tela em branco que vai sendo
pintada à medida que a iluminação traça seu desenho. A trilha sonora inclui
trechos de peças radiofônicas do ator e diretor francês Antonin Artaud. Também
há o recurso da projeção de vídeos caseiros, retratando casais em relações sexuais
e projeções de obras de artes eróticas. A companhia Criaturas Alaranjadas
nasceu em Brasília, em 2007, quando Sergio Maggio conheceu Jones de Abreu.
EROS
IMPURO.
DIREÇÃO
E TEXTO – SÉRGIO MAGGIO. COM
JONES DE ABREU. PRODUÇÃO EXECUTIVA:
CLAUDIA CHARMILLOT. ILUMINAÇÃO:
VINICIUS FERREIRA E JULIANA DRUMMOND. TEMPORADA: 18 A 20 DE FEVEREIRO, ÀS
20H, com sessão dupla dia 19h, às 18h e 20h, NO SESC (AV. ALBERTO BINS,
665 - CENTRO HISTÓRICO,
3284.2072).
3284.2072).
ENTRADA FRANCA. SENHAS DISTRIBUÍDAS COM MEIA
HORA DE ANTECEDÊNCIA..
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS.
OBSERVAÇÕES: NO
DIA 19 DE FEVEREIRO, DEPOIS DA SESSÃO DAS 20H, HAVERÁ O DEBATE A ARTE DIZ NÃO AO ABUSO SEXUAL CONTRA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
INSCRIÇÃO PARA A OFICINA DE CRÍTICA TEATRAL (DE 18 A 20 DE FEVEREIRO) PELO EROSIMPURO@GMAIL.COM
Teaser no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=WbNUqFaFYqU
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