O sexto tratamento do texto foi provocado por um incômodo dramatúrgico. Do ponto de vista dramatúrgico, a narrativa se encaminhava para pontos movediços, como a questão da pedofilia e da sexualidade, que poderiam ganhar uma dimensão mais midiática na encenação e ofuscar o conflito rico e diverso da personagem. Nesse sentido, a operação foi mental e provocada por discussões anteriores e uma série de leituras já alimentadas por J Abreu e Carlos Chapéu.
O pequeno exercício de cena feito com o personagem do tio provocou totalmente uma mudança no texto. J Abreu fez movimentos circulares que foram diretamente incorporados na dinâmica da dramaturgia.
Outro aspecto interessante é a incorporação de mais humor em personagens chaves como o Tio e Cinderela (que já se chamaram Divina e Rolinha). Esse aspecto ressaltou-se bastante na leitura.
Chapéu considerou o texto mais poético e mais claro. J. Abreu, que via lendo em velocidade e pulso, engasgou em muitas cenas e considerou que havia muita novidade nesse sexto tratamento.
Foi feita uma leitura com a presença de Maria Carmem, figurinista, que achou, sobretudo, uma partitura poética. "Como uma música", definiu.
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