Neste processo, quero discutir a autoralidade a partir de um texto pré-concebido de minha autoria. Até quando, posso continuar escrevendo e criando na cena sem me prender a essa matriz como uma camisa de força?
Entrei em sala de ensaio dessa forma, até distanciado demais, imagino. Foi muito importante me deparar com um ator, que tem no texto um importante porto seguro para que a cena seja levantada. Essa fricção inicial ponderou o meu distanciamento. Acho que olhei mais apaixonado para o que tinha escrito graças a essa paixão que ele tem pelo processo que o tornou um grande ator, reconhecido em seus trabalhos pela verdade, intensidade e força com que pisa no palco.
Eu também mexi nas convicções dele como esse afã de criar na cena, no corpo, na voz. Chegamos ao consenso de mistrurar a leitura de mesa com exercícios quase simultâneos. Isso, ao meu ver, foi a nossa vitória como companheiros de cena, estabelecendo uma zona de respeito.
Eros Impuro, o texto, foi aos poucos se desenhando em Eros Impuro, a cena, e eu me sentia cada vez mais autor de uma história que se desvelava em novelo. Agora, fortemente provocado por todas as intenções e os gestos do ator. Observava como ele compreendia aquele exato momento da personagem e como aquilo estava dimensionado na escrita. Isso virava um liquidificador em minha cabeça e aí o diretor e o dramaturgo se fundiam nesse novo autor múltiplo que constrói a cena ali, no aqui e agora, sob o calor de uma sala de ensaio porosa e aberta a intervenções.
Entrei em sala de ensaio dessa forma, até distanciado demais, imagino. Foi muito importante me deparar com um ator, que tem no texto um importante porto seguro para que a cena seja levantada. Essa fricção inicial ponderou o meu distanciamento. Acho que olhei mais apaixonado para o que tinha escrito graças a essa paixão que ele tem pelo processo que o tornou um grande ator, reconhecido em seus trabalhos pela verdade, intensidade e força com que pisa no palco.
Eu também mexi nas convicções dele como esse afã de criar na cena, no corpo, na voz. Chegamos ao consenso de mistrurar a leitura de mesa com exercícios quase simultâneos. Isso, ao meu ver, foi a nossa vitória como companheiros de cena, estabelecendo uma zona de respeito.
Eros Impuro, o texto, foi aos poucos se desenhando em Eros Impuro, a cena, e eu me sentia cada vez mais autor de uma história que se desvelava em novelo. Agora, fortemente provocado por todas as intenções e os gestos do ator. Observava como ele compreendia aquele exato momento da personagem e como aquilo estava dimensionado na escrita. Isso virava um liquidificador em minha cabeça e aí o diretor e o dramaturgo se fundiam nesse novo autor múltiplo que constrói a cena ali, no aqui e agora, sob o calor de uma sala de ensaio porosa e aberta a intervenções.
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