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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Leitura do texto -- Quinto tratamento

As alterações do terceiro ao quinto tratamento do texto já estão contaminadas pela cena, na experiência que tivemos em sala de ensaio em 2009. Desde aquela experimentação, o texto tem estado em retroalimentação. Agora, a última versão é mais radical porque ela contempla uma série de inquietação minhas como dramaturgo, sobretudo.
Problemas de nível de dramaturgia, como algumas questões relacionadas ao fluxo da narrativa, ficaram mas nítidas. Tanto J. Abreu (ator) quanto Carlos Chapéu (cenógrafo) perceberam o dinamismo que a narrativa ganhou, apesar de J.Abreu perceber quer a fragmentação da versão anterior diminuiu.
Discutimos as impressões do texto, que ali pus na berlinda, sem a defesa do dramaturgo.
O personagem Andrei, um pintor obcecado em sua criação, ganhou contornos mais subjetivos e claros, quanto a possibilidade de estar a cada cena mais delirante.
Começamos ontem traçar qual o ponto de vista que vamos dar à encenação desse texto. Não queremos cair em algumas armadilhas, como a de simplificar o seu drama pessoal em relação ao abuso sexual que sofreu quando criança. Nem reduzir sua complexidade à opção sexual. A ideia não passar uma visão determinista como se o abuso sexual sofrido pela personagem fosse decisiva para formar seu comportamento sexual.
Do ponto de vista da pesquisa, cabe agora determinar as interfaces em que o diretor e o dramaturgo atuam de forma a não minimizar os desafios de cada um. O distanciamento será o exercício diário a cada encontro.

No dia ontem, o dramaturgo apontou a necessidade de um sexto tratamento para rever a cena final e redimensionar o personagem Amigo de Infãncia.

O diretor instigou o ator a viver os seis personagens por vez e pediu que ele levasse à sala de ensaio uma composição livre do Tio.

Pediu também ao cenógrafo que pensassem em signos visuais que marcassem cada um dos personagens.

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